Povo do Custilhão
Fundo Judicial de Castro Daire 1685 a 1891
A escassez é um dado estrutural das sociedades rurais do Antigo Regime. Os solos são pobres, as rendas pesadas, as parcelas exíguas. Nos livros notariais pululam as escrituras de juros, nos processos judiciais , abundam os libelos de dívidas. A moeda é rara e circula quase que num circuito fechado. Não pagar o que se deve é, pois, mais do que motivo para uma agressão.
A família constitui um verdadeiro microcosmo da sociedade envolvente. Gera solidariedades, mas também situações profundamente violentas. A disputa de heranças e propriedades é um dos fatores mais relevantes dessa conflituosidade. Não fosse a terra um elemento fulcral de sobrevivência. Nem sempre chegam a vias de fato, mas percorrem caminhos da injúria e da afronta pública, usurpando deliberadamente os bens das propriedades em causa.
Do livro; Violência e Justiça em Terras de Montemuro 1708-1820 Anabela Ramos.
Tribunal da Comarca de Castro Daire - Datas de Reprodução 1685 a 1932 Ver +
Julgado de Castro Daire - Datas de Reprodução 1835 a 1891 Ver +
Juiz Ordinário do Concelho de Castro Daire 1758 a 1840 Ver +
A maquina Judicial em 1820 - Juiz Eleito, Juiz Ordinário, Juiz de Paz e Julgado
Violência em Terras de Montemuro alguns gráficos do livro
A pesquisa efetuada aos livros dos fundos judiciais de Castro Daire com data inicial de 1685 postada em baixo, reportam apenas e por defeito, á processos em que o povo do Custilhão é citado ou em nomes que de alguma forma tenham ligação de ascendência ou descendência familiar com este povo.
Foram encontrados aproximadamente 321 processos judiciais, , onde cada um e cada uma procurava os seus direitos.
Destes processos, destaca-se o cidadão natural e residente no Custilhão, conhecido mesta aldeia como "Manuelzinho", ou seja, Manuel Ferreira Cezar Dória, (1833 - 191?), citado em cerca de 120 processos, em quase 40 anos de pesquisa e quase sempre na qualidade de autor.
Segundo um seu descendente direto o João do Isac, atualmente morador e proprietário da quinta dos Dórias nesta aldeia do Custilhão, o dito "Manuelzinho", além de ser um rico proprietário, também atuava como "operador de emigração", no engajamento de emigrantes clandestinos para terras do Brasil.
Processos em Detalhe